domingo, 17 de abril de 2011

O Velho E O Moço
Los Hermanos
Composição : Rodrigo Amarante

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo

E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?

Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!

Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando fala comigo,
Quando eu sei ouvir...

3 comentários:

  1. E Dani tem dias de chuva, tem dias de verao. Tem dias ruins, tem dias bons, somos assim. O que fazer? Viver, viver e viver, ainda que esteja o mundo sobre nossos ombros ainda sim viver sem ter medo de ser feliz.

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  2. Penso que a música mostra as particularidas e o que há em comum nessas duas fases da vida. Há mais coisas em comum entre velhos e jovens do que nós estamos acostumados a pensar.
    Ambos precisam de cuidados: uma pela fragilidade que as decepções que a vida já provocou, o outro pela possibilidade de machucar-se pela imaturidade, pela inexperiência.
    Os dois vivem momentos de conflitos, pois se encontram em um “ser” antigo, confortável e a incerteza de um futuro: a guinada da vida jovem para a vida adulta e a mudança radical entre o ser e o deixar de existir.
    De modo diferente, os dois em fases distintas da vida questionam-se sobre momentos sobre os quais eles não têm domínio: o passado e o futuro.
    Acho que a música se particulariza no velho no trecho em que diz: "E se eu fosse o primeiro/ a voltar par mudar o que eu fiz/ Quem então agora eu seria?"
    Olha a profundidade disso ... tomamos infinitas decisões ao longo da vida, e dentre estas tantas, se pudéssemos mudar ao menos uma. Se tivéssemos a chance de modificar as escolha "erradas" que fizemos, "quem então agora eu seria?" agora sou quem eu queria ser? Será que gostaria de escolher novamente? e será que um novo fim não seria um tanto pior?
    Enquanto por outro lado se fecha no moço nos versos "E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?”. Este é o homem em sua essência de insatisfação e incertezas contínuas, mas na tentativa de um conformismo ou um aprendizado que o faça dar um sentido melhor para a vida.

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  3. Olá Dani,

    o velho somos nós novos, onde temos dúvidas a serem resolvidas e muita perna para andarmos e tentarmos resolver e o moço, somos nós velhos onde ainda temos muito o que resolver porém pouca perna para andar...

    Abraços Gad!

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